segunda-feira, 4 de julho de 2011

Quase . . .

Era uma vez no Reino da Vida, em um pequeno café charmoso, na esquina esquerda da praça central, reuniram-se a Srta. Decisão, o jovem DeRepente e o Sr. Quase.
O lugar fora escolhido pela Srta. Decisão, que lia o best seller de Saint-Exupéry justamente naquela parte que diz, se tu chegas as quatro desde as três estarei feliz... E desde as três ela estava feliz por encontrar Quase e DeRepente. Decisão se arrumou, prendeu seus cabelos anelados, colocou uma delicada presilha de strass, gostava de destacar os olhos e apagar a boca, gostava de perfumes doces e não deixara por um segundo se quer faltar seu belo sorriso estampado em sua face.
DeRepente, jovem lindo e agitado, não sabia dizer não, talvez ele considerasse esse seu paradoxo, desafio e virtude. Ele sabia que não poderia viver sozinho por muito tempo.
Quase, um homem sério e envolvente, sempre presente em todas as ocasiões, ele se fazia notar.
Enfim 3:55, Decisão estava serena, sentada numa mesa redonda, com sua bolsa à direita, sobrando dois lugares, um à sua esquerda e outro a sua frente.
O relógio acima da garçonete batera 4:00 horas, quando Quase abre a porta mexicana, deixando os raios do sol, que estava baixando, acender e apagar seus lindos olhos azuis, Quase entrou, olhou e num clima de suspense atravessou o pequeno salão em direção à mesa de Decisão.
DeRepente, antes que o relógio movesse para 4:01, entra, passa por Quase sem perceber e com um ramalhete de certeza, chega a Decisão e escolhe o lugar ao lado dela.
Quase, sem escolha senta à frente de Decisão e ao lado de DeRepente.
Decisão pede um café forte e quente, com churros e doce de leite. DeRepente pede um leite gelado e um sandwich de queijo. Quase pede um café com leite médio e morno e nada para comer, pois a Dúvida chegou ao café e Quase dispensou sua atenção com ela.
Decisão precisara tomar em seu tempo, o café para não esfriar.
DeRepente precisara tomar em seu tempo, o leite para não esquentar.
Quase não tinha compromisso, pois seu café morno não mudara de temperatura.
Decisão pede um pouquinho de leite a DeRepente para suavizar seu café.
DeRepente pede um pouquinho de café a Decisão para colorir seu leite.
Quase só olhava para os churros de Decisão e o sandwich de DeRepente, pensando: E se eu tivesse pedido?
Decisão e DeRepente estavam no mesmo ritmo, por mais que seus objetivos fossem diferentes, sentindo assim mais próximos que um palmo que separavam suas cadeiras.
Quase vendo a cumplicidade de Decisão e DeRepente se sentiu sem espaço, e olhou ao redor, quando viu três lugares vagos ao lado da Dúvida que ainda não conseguiria decidir em qual lugar colocaria sua bolsa. Foi assim que Quase saiu da mesa de Decisão sem dar explicações e foi se instalar onde sempre há espaço, ao lado ou a frente da Dúvida.
DeRepente paga a conta e leva Decisão ao centro da praça e faz uma promessa:
- Decisão, você pode tomar o caminho que for que eu sempre estarei ao seu lado, DeRepente, não mais que de repente . . .

terça-feira, 28 de junho de 2011

Sobre a autora :)

Ah.....ela era assim,
No olhar carregava doces percepções sobre o futuro
Geralmente, nos caminhos que passava, carregava também uma mala.
Ela, menina, sentia sua mala vazia
Ladeira acima, uma mulher, sentia sua mala pesada...
Assim, ela caminhou, ela, o olhar e a mala

Caminhou, até se cansar
Até se sentir pronta.... para caminhar
Resolveu que seus dois carregamentos, estavam prontos para se encontrar!
Oxi.....
Levou a mala e o olhar à um lugar...
Indizivel
Na mala, encontravam-se... começos.. meios.... e fins....todos misturados e repetidos...
Ah... no olhar, cores, flores e amores

Sim....
Indizível
Mundos, distintos, complementares, singulares...
Indizível
Oticas, prismas, esferas, é isso que ela conhecia, mas o olhar não é isso
Nada, tudo, cheia, vazia, a mala está isso, mas não é isso....
Indizível, mas não invizivel, aliás, se percebia de longe, os olhos com malas e as mãos com doces...

Ah.....
Resmungou o matuto
A moça da mala cheia de doces...
Um olhar cheio de tudo
Joga com o vento, que pra não fechar os olhos, os proteje com as mãos, que agora livres...
Olha a mala, que ficou... no caminho lambuzada de doce ... no lombo de um burrico :)

Boas Vindas . . .

A primeira publicação a gente nunca esquece!

Então quero me lembrar do que irei falar, sobre a chuva ou bolinhos de chuva, sobre dolçura e doces, sobre lugares, cheiros e sabores, falarei de mim, dele e nós, falarei de bares, Bodegas e cafés. E para não dizer que não falei das flores, falarei delas e seus amores ♥

Antes que me perguntem o que uma paulista faz no Paraíso das Águas, estou aqui passando uma chuva . . .